O mar é ciência, mas é também literatura: fonte de vida e de inspiração
O DESAFIO 97 lançado pelo Instituto do Mar e pelo Laboratório MAREFOZ entrou na escola… foi o pretexto para a escrita. Em 97 palavras, surgiram micro histórias que povoam o imaginário dos nossos alunos e que refletem sensibilidades e preocupações ambientais.
Micro histórias: Leia AQUI!
Professora Albertina Seco
Fonte de vida ameaçada
Como já deves saber, os oceanos são o habitat de muitas espécies de seres vivos e cobrem cerca de 71% da superfície terrestre.
Infelizmente, a poluição ameaça a biodiversidade do meio marinho. Diariamente são lançadas nos mares toneladas de pesticidas, fertilizantes químicos, plásticos, detergentes, produtos petrolíferos e esgotos. Também as alterações climáticas estão a afetar a vida marinha pondo em perigo os ecossistemas marítimos. A emissão de grandes quantidades de dióxido de carbono, devido ao consumo de combustíveis fósseis (carvão, gás, petróleo), provoca o aumento da temperatura à superfície dos mares e a sua acidificação. Estima-se que a acidez média dos oceanos aumentou cerca de 30% desde 1750.
Quer o aumento da temperatura, quer a acidificação dos mares são, por exemplo, responsáveis pela degradação dos recifes de coral. Estas formas de vida animal muito primitivas possuem uma biodiversidade riquíssima. Um quarto das espécies marinhas vive nas suas colónias. Estima-se que cerca de 25 a 30% dos recifes de coral do mundo estejam num estado avançado de degradação. A redução do pH da água do mar para valores abaixo de 7,9 é uma das causas desta deterioração.
Mas, afinal o que é a acidificação dos oceanos? E o pH?
Quando se fala em ácido, que substâncias te ocorrem?
O sumo de limão e o vinagre têm um sabor amargo. Porquê?
O sumo de limão, por exemplo contém ácido cítrico. Já o vinagre contém ácido acético.
Além das soluções ácidas, também existem as soluções básicas ou alcalinas que resultam da dissolução de uma base em água.
A lixívia, por exemplo, é básica pois contém hipoclorito de sódio. Alguns detergentes contêm amoníaco que também é uma base.
Existem substâncias que não são ácidas nem básicas. Essas substâncias quando dissolvidas em água originam soluções neutras.
A maior ou menor acidez de um ácido ou a basicidade de uma base pode ser medida numa escala: a escala de pH. Esta escala, para uma temperatura de 25 °C, varia entre 0 e 14.
Como podes observar na figura, quanto menor for o valor do pH, mais ácida será a solução. Para teres uma ideia, a tabela seguinte apresenta os valores aproximados de pH de algumas substâncias tuas conhecidas:
O valor do pH à superfície dos oceanos varia entre 7,9 e 8,3 pelo que se pode dizer que é básico ou alcalino.
Quando dizemos que a emissão excessiva de dióxido de carbono é responsável pela acidificação dos oceanos é porque este gás, à temperatura ambiente, quando dissolvido em água, dá origem a um ácido: o ácido carbónico. Em suma, o acréscimo de CO2 na água do mar diminui o pH desta, pondo em risco muitas formas de vida.
Experiências em casa: o indicador de couve roxa
Existem substâncias que alteram a sua cor na presença de uma solução ácida, básica ou neutra. Chamam-se indicadores ácido-base.
Podes preparar o teu indicador ácido-base e utilizá-lo para descobrir o carácter químico (ácido, básico ou neutro) de algumas soluções de uso diário.
A couve roxa possui algumas substâncias que mudam de cor consoante se encontrem na presença de ácidos ou bases.
Preparar este indicador é bastante fácil. Basta colocar água a ferver, cortar um pouco de couve em juliana e adicioná-la à água. Agora é só adicionar alguns mililitros desta infusão à solução que pretendes testar. Podes experimentar com sumo de limão, vinagre, lixívia, pasta de dentes, limpa-vidros, etc. A cor assumida pelo indicador até te permite ter uma ideia do valor do pH da solução, conforme podes observar na figura abaixo.
Boas experiências!